segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ufa, pensei que era um UFO (parte 3)...

(Continuação da parte 2 e parte 1)

Novo dia, novas expectativas. Fui com algumas pessoas a umas partes mais longínquas na fazenda. Conheci uma parte onde há um rochedo bem ala Rei Leão, de onde se tem uma visão fantástica da região.




Essa pedra é chamada de "Chave do Portal". Passamos de Naruto para Harry Potter. O importante é diversificar.

Voltamos para sede, ficamos um tempo de bobeira. Todo mundo que nos cumprimentava dizia "Hoje com certeza vocês terão contato!!! Não há como negar!!!".

Tiramos uma foto da aura. Que? Foto da aura? Inicialmente eu não iria tirar, pois é um treco caro pra dedéu. Mas juntamos 4 pessoas na mesma foto e ficou tranquilo. Segundo a foto, meu "nível de sutilização" é de 90%. Segundo os experientes, quanto mais próximo do 100%, mais fácil é para os seres interagirem comigo, pois eles precisam de menos recursos do plano material. Adivinha? Blah.

Depois de voltas e voltas pela sede do projeto, caiu a noite. E por que a noite? Foi tentado o contato a luz do dia, mas parece que os ETs são nerds que ficam acordados de noite e dormem de dia. Ou baladeiros. A verdade é que nenhum deles trabalha em horário comercial. Deve ser para economizar na telefonia intergalática. Enfim.

Chegada a noite, da-lhe subir a montanha (e que frio...). Como o número de pessoas não-compromissadas diminuiu sensivelmente, a ativação foi bem mais rápida. Não precisou nem de sessão esfrega-testa. Fomos para o platozinho direto.

Feitas as preparações, fomos novamente para a trilha. Mas dessa vez eu fui esperto: fui com a câmera fotográfica ligada, filmando tudo (por ser uma câmera fotográfica o filme fica ruim, mas o meu objetivo maior era o audio e não a imagem, já que estava tudo escuro mesmo).

Entramos na trilha. Não demorou muito e da-lhe pedra. Dessa vez o número de pedras foi menor, porém o som era nítido e bem próximo. Assustei-me com algumas pedras próximas o suficiente para sentir o deslocamento de ar, como na primeira vez. Mas eu estava gravando tudo, ho-ho-ho.

De repente, no meio da trilha, uma luz que parecia mais um laser passou por todos nós. Eu vi a luz como verde, outros viram de outras cores. O laser repentino assustou o cara que estava na minha frente, e no susto ele pisou na pata do cachorro que estava andando com a gente. Assustei mais com o cachorro do que com a luz.

Continuando a trilha, houve apenas mais umas pedras e fim. Nada de contato.

Chegando nas marcas, fui logo analisar o filme. E então tive o segundo baque da viagem: nem o barulho das pedras, nem o laser, foi registrado. No filme, era como se estávamos andando normalmente na trilha. O ponto onde o cachorro late deveria haver uma luz forte, mas nada... tudo escuro.

Problema de minha máquina? Poderia ser. Mas outra pessoa que veio conosco levou um gravador de som, com fita K-7 ainda (pra não dizer que o problema é o fato da câmera ser digital), e o resultado foi o mesmo: nada do som das pedras.

Dessa vez o comentário não é "Blah". É "PQP que m... é essa?".

Os grupos foram chegando. Todos, além do contato, tiveram compromisso. Inclusive os caras que trabalham comigo pegaram o compromisso de construir uma pirâmide. Uou.

Então ficou naquela: das cento e tantas pessoas que estavam lá, só o meu grupo não teve contato. Então resolveram partir para atitudes extremas: ao invés do grupo todo entrar na trilha, seriam mandadas duplas.

E lá fomos nós. Andamos a trilha toda sem nenhum efeito especial. Nada. Nem aquela sensação de estar sendo observado. Nada.

Chegando nas marcas, começamos a nos achar estranhos no ninho. Ninguém do grupo, nem andando em duplas, conseguiu contato.

Descemos para a sede. Lá foi feito o relato de quem conseguiu contato, o que perguntaram, qual compromisso tiveram etc.. Depois do relato, todos foram para um campo aberto, perto da sede, aguardar a passagem de alguma nave. Todos, menos os que não tiveram contato.

Ficamos esperando ordens sobre o que fazer. Até que as ordens, materializada como a mulher mais estressada do projeto, veio puxar a orelha da gente. Tínhamos que ir para um tal de "bambuzal", onde seria feita uma leitura do nosso grupo pra ver quem era o responsável pelo fracasso.

Para ir pelo bambuzal, era necessário passar pelo campo onde todos os outros estavam. E eles não podiam sair de lá antes de nós passarmos. Já havia amanhecido, todos estavam cansados e com sono.

Uma coisa eu tenho certeza: ver coisas no céu, sentir pedras caindo, ver luz misteriosa no mato, nada foi tão difícil de aguentar quanto os olhares reprovadores de todas as pessoas do projeto ao mesmo tempo. Éramos os responsáveis por eles estarem ainda ali, de pé, e não em suas caminhas quentinhas. Não era preciso ser médium para sentir o ar de acusação e reprovação.

Nesse momento vi que havia um outro nível na hierarquia do projeto:
  1. A pessoa fodona,
  2. Assistentes do fodão,
  3. Compromissados,
  4. Não-compromissados,
  5. Sem simbologia,
  6. Lixo espacial (regeitados pelo universo, seres inúteis que era melhor nem terem nascido)
Fomos para o bambuzal. Ficamos um tempão lá, olhando uns para a cara dos outros, até que nos chamaram de volta.

"É, não vai ter jeito... Vamos ter que levar vocês até a Caverna do Urubu"

UFO que pariu!!! Somos assim tão zero-a-esquerda? O que será a tal da "Caverna do Urubu"? Será que seremos entregues aos seres comedores de lixo espacial? Será que o grilos vão mostrar sua verdadeira aparência? *Glup*

E, como quem vai para o abatedouro, fomos para a tal Caverna do Urubu.

Caverna do Urubu

Tentei perguntar o que estava acontecendo, e fui solenemente ignorado. Blah. Ficamos um tempão lá, até que nos chamaram de volta. No caminho um dos assistentes perguntou se tínhamos ouvido alguma coisa. A garotinha que estava conosco disse que tinha ouvido uns grunidos, mas nada mais que isso.

"Vamos assumir que nada aconteceu então. Voltem para a sede. Vamos analisar o que está acontecendo".

Voltamos e ficamos por lá. Já passava das 7 horas da manhã, e a van de volta iria passar as 9. Enquanto ninguém se manifestava sobre a nossa complete failure, ficamos batendo papo. Então o Crocodilo Dande pegou uma colher e perguntou "E aí, já mostraram pra vocês o lance da colher?".

É isso mesmo que você pensou. Ele pegou e entortou a colher usando a "força da mente". Fiquei observando com atenção e esqueci de filmar o processo. Pelo menos tirei uma foto da colher torcida:

Colher torcida. Repare que todo o cabo está enrolado

Beleza então né. Fui para o quarto arrumar as malas. Fiquei a noite toda acordado, na base de barra de cereal. Estava morto de cansaço. Não deu tempo para saber o porquê de termos caído para a 6ª divisão da galaxia.

Na saída, conforme fomos nos despedindo do pessoal, o Crocodilo Dande chegou:

Crocodilo: "Vamos marcar uma festa!!! Que tal?"
Eu: "Opa, demorou!!! Onde?"
Crocodilo: "Aqui mesmo. Eu subo na montanha, faço uma fogueira, e chamo a galera pra gente fazer uma festança..."
Eu: "Mas eu moro em Floripa, não rola vir aqui"
Crocodilo: "Mas não precisa sair de lá!!! Quando você estiver dormindo, sai do teu corpo, faz a festa aqui, e depois volta pra lá."

Massa. Nessa altura do campeonato nada mais me impressiona. Seria bem interessante ganhar 8 horas a mais por dia, não precisando dormir (ou dormir e sair do corpo, enfim). Mas... hora de ir pra casa...

E ainda não acabou...

(Continua na parte 4)

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