domingo, 28 de junho de 2009

Saint Seiya - The Lost Canvas

Iow

Eu, junto da geração que nasceu nos anos 80, com certeza assistiu na antiga Rede Manchete a saga dos Cavaleiros do Zodíaco. E muitos, como eu, consideram a série um dos melhores animes já feitos. Não com relação a qualidade gráfica, afinal na época nem se falava em alta definição. Mas a história, o enredo, a evolução dos personagens, a inteligência das tramas... Enfim, Cavaleiros do Zodíaco é o anime da infâcia de muita gente.

(Qualidade tosca, mas era muito bom! =) )

O mangá dos Cavaleiros do Zodíaco define, basicamente, 4 fases: a inicial, com a guerra galática, a etapa das batalhas das 12 casas (a parte que muita gente considera a melhor), a batalha de Poseidon e por fim a batalha de Hades, o grande inimigo de Atena. Isso no mangá. No anime, a coisa foi um pouco diferente.

Como todo anime que faz sucesso, encheram ele de fillers. Entre a guerra galática e as 12 casas houveram trocentas batalhas (da onde raios tiraram aqueles "Caveleiros de Aço" ?), e entre as 12 casas e Poseidon houve a batalha de Asgard. Tá, tudo bem, apesar de ser filler, a batalha de Asgard foi bem feita (bem melhor que os fillers horríveis de Naruto, por exemplo).

A questão toda é que quando acabou Poseidon no anime... Acabou a série!!! Não foi feita a saga de Hades, que é o grand finale real da série. E ficou nisso, por um bom tempo...

Até que, novamente, os japoneses se deram conta de quão lucrativa é a série, e resolveram fazer em anime a saga de Hades. Hoje posso dizer "ainda bem que só fizeram depois", pois os animes saíram com qualidade excepcional.

(Agora sim, qualidade gráfica animal)

Passou a etapa do santuário, a etapa do inferno, a etapa de elíseos... E novamente chegamos ao fim. Dessa vez, pelo menos, é o fim real. Mas, como assim, fim? E os milhares de fãs ao redor do mundo, que cresceram vendo Cavaleiros do Zodíaco, que piraram o cabeção quando viram o Ikki de Fênix detonando tudo (esse cara é foda), que xingaram o Shun de bicha, que se perguntaram "Por que o Seiya não pega a Shina de uma vez? Ou a Saori?"...? Justo agora que o "tesão" de ver seus heróis a ativa novamente havia voltado... acaba tudo?

(Ikki, esse cara é foda)

(Na Saga de Hades os cavaleiros de ouro não ficam só olhando)

Foi nessa euforia que resolveu-se criar Saint Seiya - The Lost Canvas. Essa nova saga conta a história da guerra santa anterior, ou seja, a que ocorreu há 200 anos atrás. Na saga de Hades falou-se tanto na guerra santa anterior, que agora virou realidade nas telas dos fãs.

Obviamente, a série traz novos heróis. Não há mais o Seiya (apesar do nome da série), nem Ikki, Shun, Saori etc.. Mas os novos personagens lembram muito os personagens originais, como o personagem principal Tenma (olha é o Seiya!?), a encarnação atual de Atena, Sasha (que é a cara da Saori) e a bicha da vez Alone (que, como o Shun, virou receptáculo de Hades).

(Tenma de pégasus, com Alone ao fundo)

(Sasha, a encarnação de Atena de 200 anos atrás)

Mas espera um pouco... Nem todos os personagens são novos. E aquele mulequinho que parece o Kiki? É o Mu. E seu mestre, na armadura de Áries? Sim, ele, o Shion. E para delírio dos fãs, também está na ativa o poderoso Dohko, cavaleiro de Libra, que torna-se o mestre de Shiryu na saga original.

(Os cavaleiros de ouro de The Lost Canvas)

O mangá dessa nova série já estava sendo produzido há tempos, mas o anime é recente. No momento atual há apenas 2 episódios lançados. E, também para a legria dos fãs, os episódios são em excelente qualidade (feitos para full HD, que não perde em nada para os atuais Naruto e Bleach, por exemplo) e é feito sem fillers! Os traços diferem um pouco dos traços na saga original, mas nem por isso deixa de ser o tão bom e velho Cavaleiros do Zodíaco.

Vale a pena conferir. Um fansub que está legendando os animes é o Punch Fansub, o mesmo que estou acompanhando no Dragon Ball Kai (foi aí que descobri o anime =) ).

Atenção: Se você não assistiu a saga original completa, incluindo a saga de Hades, NÃO ASSISTA The Lost Canvas. Assista primeiro a saga original, senão você vai acabar perdido e não gostando da nova saga. Boa parte da emoção do The Lost Canvas se dá devido ao fator nostalgia ("baralho, é o Dohko de Libra!!!"), e sem essa sensação, The Lost Canvas não passa de mais um anime normal (massa, mas normal).

Mais informações sobre Caveleiros do Zodíaco: CavZodíaco.com.br

Té++

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ufa, pensei que era um UFO (parte 4)...

(Continuação da parte 3, parte 2 e parte 1)

Pegamos a van e fomos de volta para a cidade de Corguinho. De lá pegamos o carro, e rumamos de volta para Floripa-city.

A viagem foi tranquila (fora a multa por excesso de velocidade =P) até que chegamos a altura de Londrina. Por um erro (era pra entrar para esquerda e fomos para a direita, ou vice-versa), acabamos indo para Apucarana, minha terra natal.

Chegamos e Apucarana bem no horário que a minha namorada estava pegando o ônibus para voltar para Floripa. Ela havia viajado para lá enquanto eu tinha viajado para a viagem.

"Que coincidência!!!" (tá, eu sei... Todo mundo do projeto diz isso: "Coincidências não existem"... Tá bom, já entendi...)

Chegando na rodoviária da cidade, fui pegar meu celular para ligar para ela. Como no meio da fazenda não pega celular, eu o havia guardado na bolsa. Antes verifiquei se não estava na minha blusa ou no bolso da minha calça. Não estava. Abri a bolsa e fiquei procurando.

Depois de uns belos minutos procurando na bolsa, comecei a ficar desesperado. Putz, será que perdi lá na fazenda??? Comecei a arrancar as coisas da mala. E nada do celular. Então falei em voz alta "Pow, quer ver que os seres pegaram o meu celular? Só pra sacanear?"... =P

E, no momento que falei isso, ouvi uma coisa caindo em cima do banco, fazendo aquele "tum" do estofado. Abri a porta traseira, olhei no banco, e lá estava o meu celular, firme e forte.

(Escolha o comentário apropriado: "PQP!!!", "Blah" ou "Ronaldo")

Com o celular, liguei para a namorada e fomos de carro pra Floripa. Ela conseguiu transferir a passagem do busão para outro dia. =)

E assim acabou a aventura ufológica. Eis um resumão da minha impressão sobre o projeto:

Downs:
  • O religionismo que citei na parte 2 foi bem desagradável. Foi um fato isolado nessa viagem, e espero que não seja essa a postura de todo o grupo,
  • Muita coisa é ordenada sem uma explicação clara. Nesse ponto não sei se daria para ser diferente, mas uma comissão específica poderia ser formada para receber os novatos,
  • Tudo dentro do projeto é caro. Você só pode ser um salvador da humanidade se tiver cacife pra isso. Ou tiver desenvolvido a capacidade de se teleportar,
  • O grupo das pessoas não é tão coeso quanto poderia ser. Algumas atividades para integração poderiam ser realizadas antes de começar com o trabalho duro.
Ups:
  • Encontrei pessoas de todas as idades, desde crianças até um senhor de 90 anos,
  • Todas as pessoas com quem conversei eram pessoas esclarecidas, muitas até com mestrado/doutorado. Muitas pessoas, inclusive, da área de exatas, tradicionalmente os mais céticos,
  • Em nenhum momento houve restrição com relação a gravação de áudio/vídeo. Todos os lugares eram acessíveis, inclusive de dia,
  • Não havia bebidas alcólicas no local,
  • Vi apenas uma pessoa fumando, o que me chamou bastante atenção,
  • A alimentação era simples e balanceada. Em outras palavras, "normal",
  • As pessoas eram acolhedoras, fora um ou outro estressado,
  • A paisagem é sem igual. Ideal para fugir da cidade.
Chegando hoje no trabalho, naturalmente me perguntaram sobre o projeto. E fui explicando o que vi e senti. Não deu outra:
  1. Tentaram achar algum fato físico que deixei passar, pra provar que o que vi não era nada fora do comum,
  2. Quando não conseguiram provar, foram para a de que eu estava alucinado, havia comido/bebido/respirado algo diferente, ou que o fato de estar escuro no meio da mata faz qualquer sonzinho parecer uma pedra de 10 quilos caindo do céu,
  3. Quando citei que todas as pessoas que estavam comigo viram e sentiram o que eu vi, chegaram na conclusão de que eu fiquei louco mesmo.
Normal. Na verdade eu já esperava essa reação. A questão toda é que vi alguns fenômenos no mínimo curiosos. Se eram de origem psiquíca, extraterrestre ou intergrilal eu não sei dizer. Também não posso dizer o que é certo ou errado sobre o que as pessoas acreditam. Como eu disse na parte 2, cada um acredita no que lhe convém, e é no mínimo anti-ético julgar as pessoas pelo que elas acreditam.

Conheci uma nova comunidade, com novas crenças e jeitos de ver a vida. É isso que eu buscava desde o princípio. Se eu sou um ser extraterrestre que perdeu as memórias, já é outra história.

Continuo aberto a novas experiências, e conforme eu vou adiquirindo conhecimento, vou crescendo como pessoa. Isso é, acima de tudo, no que acredito: conhecimento.

Sugestão para os céticos, como eu: se estiver curioso, vá lá e tire as suas próprias conclusões. Lá é aberto para quem quiser ir. Foi isso que eu fiz. E acredito que, se você é cético e duvida de tudo que relatei aqui, a única maneira é você ver por si mesmo. Leve comida e água se quiser (como eu vi que algumas pessoas fizeram por lá), para garantir que você não está sendo alucinado. Leve uma máscara de oxigênio também se achar necessário. Só não deixe a curiosidade e a dúvida te corroer. É melhor e mais nobre do que ficar sentado resmungando que todo mundo é louco e você que é o normal.

Eu ainda quero ter esse tal contato com os seres, só para tirar algumas das dúvidas que ficaram pendentes. Vamos ver o que vem por aí ;-)

Té++

Ufa, pensei que era um UFO (parte 3)...

(Continuação da parte 2 e parte 1)

Novo dia, novas expectativas. Fui com algumas pessoas a umas partes mais longínquas na fazenda. Conheci uma parte onde há um rochedo bem ala Rei Leão, de onde se tem uma visão fantástica da região.




Essa pedra é chamada de "Chave do Portal". Passamos de Naruto para Harry Potter. O importante é diversificar.

Voltamos para sede, ficamos um tempo de bobeira. Todo mundo que nos cumprimentava dizia "Hoje com certeza vocês terão contato!!! Não há como negar!!!".

Tiramos uma foto da aura. Que? Foto da aura? Inicialmente eu não iria tirar, pois é um treco caro pra dedéu. Mas juntamos 4 pessoas na mesma foto e ficou tranquilo. Segundo a foto, meu "nível de sutilização" é de 90%. Segundo os experientes, quanto mais próximo do 100%, mais fácil é para os seres interagirem comigo, pois eles precisam de menos recursos do plano material. Adivinha? Blah.

Depois de voltas e voltas pela sede do projeto, caiu a noite. E por que a noite? Foi tentado o contato a luz do dia, mas parece que os ETs são nerds que ficam acordados de noite e dormem de dia. Ou baladeiros. A verdade é que nenhum deles trabalha em horário comercial. Deve ser para economizar na telefonia intergalática. Enfim.

Chegada a noite, da-lhe subir a montanha (e que frio...). Como o número de pessoas não-compromissadas diminuiu sensivelmente, a ativação foi bem mais rápida. Não precisou nem de sessão esfrega-testa. Fomos para o platozinho direto.

Feitas as preparações, fomos novamente para a trilha. Mas dessa vez eu fui esperto: fui com a câmera fotográfica ligada, filmando tudo (por ser uma câmera fotográfica o filme fica ruim, mas o meu objetivo maior era o audio e não a imagem, já que estava tudo escuro mesmo).

Entramos na trilha. Não demorou muito e da-lhe pedra. Dessa vez o número de pedras foi menor, porém o som era nítido e bem próximo. Assustei-me com algumas pedras próximas o suficiente para sentir o deslocamento de ar, como na primeira vez. Mas eu estava gravando tudo, ho-ho-ho.

De repente, no meio da trilha, uma luz que parecia mais um laser passou por todos nós. Eu vi a luz como verde, outros viram de outras cores. O laser repentino assustou o cara que estava na minha frente, e no susto ele pisou na pata do cachorro que estava andando com a gente. Assustei mais com o cachorro do que com a luz.

Continuando a trilha, houve apenas mais umas pedras e fim. Nada de contato.

Chegando nas marcas, fui logo analisar o filme. E então tive o segundo baque da viagem: nem o barulho das pedras, nem o laser, foi registrado. No filme, era como se estávamos andando normalmente na trilha. O ponto onde o cachorro late deveria haver uma luz forte, mas nada... tudo escuro.

Problema de minha máquina? Poderia ser. Mas outra pessoa que veio conosco levou um gravador de som, com fita K-7 ainda (pra não dizer que o problema é o fato da câmera ser digital), e o resultado foi o mesmo: nada do som das pedras.

Dessa vez o comentário não é "Blah". É "PQP que m... é essa?".

Os grupos foram chegando. Todos, além do contato, tiveram compromisso. Inclusive os caras que trabalham comigo pegaram o compromisso de construir uma pirâmide. Uou.

Então ficou naquela: das cento e tantas pessoas que estavam lá, só o meu grupo não teve contato. Então resolveram partir para atitudes extremas: ao invés do grupo todo entrar na trilha, seriam mandadas duplas.

E lá fomos nós. Andamos a trilha toda sem nenhum efeito especial. Nada. Nem aquela sensação de estar sendo observado. Nada.

Chegando nas marcas, começamos a nos achar estranhos no ninho. Ninguém do grupo, nem andando em duplas, conseguiu contato.

Descemos para a sede. Lá foi feito o relato de quem conseguiu contato, o que perguntaram, qual compromisso tiveram etc.. Depois do relato, todos foram para um campo aberto, perto da sede, aguardar a passagem de alguma nave. Todos, menos os que não tiveram contato.

Ficamos esperando ordens sobre o que fazer. Até que as ordens, materializada como a mulher mais estressada do projeto, veio puxar a orelha da gente. Tínhamos que ir para um tal de "bambuzal", onde seria feita uma leitura do nosso grupo pra ver quem era o responsável pelo fracasso.

Para ir pelo bambuzal, era necessário passar pelo campo onde todos os outros estavam. E eles não podiam sair de lá antes de nós passarmos. Já havia amanhecido, todos estavam cansados e com sono.

Uma coisa eu tenho certeza: ver coisas no céu, sentir pedras caindo, ver luz misteriosa no mato, nada foi tão difícil de aguentar quanto os olhares reprovadores de todas as pessoas do projeto ao mesmo tempo. Éramos os responsáveis por eles estarem ainda ali, de pé, e não em suas caminhas quentinhas. Não era preciso ser médium para sentir o ar de acusação e reprovação.

Nesse momento vi que havia um outro nível na hierarquia do projeto:
  1. A pessoa fodona,
  2. Assistentes do fodão,
  3. Compromissados,
  4. Não-compromissados,
  5. Sem simbologia,
  6. Lixo espacial (regeitados pelo universo, seres inúteis que era melhor nem terem nascido)
Fomos para o bambuzal. Ficamos um tempão lá, olhando uns para a cara dos outros, até que nos chamaram de volta.

"É, não vai ter jeito... Vamos ter que levar vocês até a Caverna do Urubu"

UFO que pariu!!! Somos assim tão zero-a-esquerda? O que será a tal da "Caverna do Urubu"? Será que seremos entregues aos seres comedores de lixo espacial? Será que o grilos vão mostrar sua verdadeira aparência? *Glup*

E, como quem vai para o abatedouro, fomos para a tal Caverna do Urubu.

Caverna do Urubu

Tentei perguntar o que estava acontecendo, e fui solenemente ignorado. Blah. Ficamos um tempão lá, até que nos chamaram de volta. No caminho um dos assistentes perguntou se tínhamos ouvido alguma coisa. A garotinha que estava conosco disse que tinha ouvido uns grunidos, mas nada mais que isso.

"Vamos assumir que nada aconteceu então. Voltem para a sede. Vamos analisar o que está acontecendo".

Voltamos e ficamos por lá. Já passava das 7 horas da manhã, e a van de volta iria passar as 9. Enquanto ninguém se manifestava sobre a nossa complete failure, ficamos batendo papo. Então o Crocodilo Dande pegou uma colher e perguntou "E aí, já mostraram pra vocês o lance da colher?".

É isso mesmo que você pensou. Ele pegou e entortou a colher usando a "força da mente". Fiquei observando com atenção e esqueci de filmar o processo. Pelo menos tirei uma foto da colher torcida:

Colher torcida. Repare que todo o cabo está enrolado

Beleza então né. Fui para o quarto arrumar as malas. Fiquei a noite toda acordado, na base de barra de cereal. Estava morto de cansaço. Não deu tempo para saber o porquê de termos caído para a 6ª divisão da galaxia.

Na saída, conforme fomos nos despedindo do pessoal, o Crocodilo Dande chegou:

Crocodilo: "Vamos marcar uma festa!!! Que tal?"
Eu: "Opa, demorou!!! Onde?"
Crocodilo: "Aqui mesmo. Eu subo na montanha, faço uma fogueira, e chamo a galera pra gente fazer uma festança..."
Eu: "Mas eu moro em Floripa, não rola vir aqui"
Crocodilo: "Mas não precisa sair de lá!!! Quando você estiver dormindo, sai do teu corpo, faz a festa aqui, e depois volta pra lá."

Massa. Nessa altura do campeonato nada mais me impressiona. Seria bem interessante ganhar 8 horas a mais por dia, não precisando dormir (ou dormir e sair do corpo, enfim). Mas... hora de ir pra casa...

E ainda não acabou...

(Continua na parte 4)

Ufa, pensei que era um UFO (parte 2)...

(Continuação da parte 1)

Subindo para o platô, visualizamos no céu várias estrelas cadentes. Mas espera, estrela cadente dourada? Estranho... Mais estranho ainda eram as estrelas cadentes fazendo tragetórias não lineares. Algumas faziam até voltinhas (com em um fio de telefone). Segundo os veteranos, essas "estrelas cadentes" são chamadas de caneplas, que são "sinais mandados pelos seres" dizendo alguma coisa. No caso, as caneplas douradas significam que haveria contatos na noite.

Tentei tirar foto do céu, na esperança de pegar alguma canepla... Mas tirar foto de canepla é tão complicado quanto tirar foto de uma estrela cadente. Fora o fato de que tirar foto do céu estrelado com câmera que não foi feita pra isso é a mesma coisa que tirar foto de são paulino macho: não aparece nada.

Tá, tudo bem. Vamos ignorar as caneplas por enquanto. Subindo a trilha até o platô, prestei atenção nas conversas entre as pessoas:

"Nossa, com a canepla dourada, vamos ter vários contatos!!! Tomara que eu consiga meu compromisso hoje..."
"Pois é, eu já tive contato com seres de Órion, mas eles não passaram compromisso... Vamos ver se hoje dá certo..."

Foi aí que entendi o termo "compromissado" e "não-compromissado": Compromissado é aquele que através de um contato com os seres extraterrestres tiveram um compromisso, uma missão transmitida. E as missões variam de pessoa para pessoa, e cada um recebe o fardo que consegue carregar. Blah. Vi pessoas com a missão de construir galpões para proteger pessoas de catátrofes, criar sistemas de irrigação, criar sistemas de armazenamento de mantimentos, divulgação do projeto e atividades na midia... Enfim, inúmeros compromissos.

Chegado no platô, fomos para a sessão esfrega-testa. Todos os compromissados passaram pelos não-compromissados fazendo símbolos na testa para ativar o chakra frontal. Dependendo do anime você pode trocar o nome, mas como o que faz sucesso hoje em dia é Naruto, então fica chakra mesmo.

Ativados, fomos para o outro lado da montanha, onde há um platô menor (chamado de platozinho). Eis a visão que se tem de lá:

Visão diurna do platozinho


Lá foi acesa uma fogueira, e ficamos conversando e esperando alguém dizer alguma coisa pra fazer sei lá o que que desencadearia em algo que também não sei. Enfim... esperando.

Depois de algumas caneplas passando, pontos estranhos no céu e tudo mais, fomos convidados a entrar na trilha (que não era a mesma usada para chegar no platozinho). Somente o grupo. Era a trilha para se ter o contato.

Beleza, eu e meu grupo entramos legalzões. Éramos os primeiros a entrar na noite. A trilha levava para um local com a mata um pouco mais fechada, porém a visibilidade era boa. A luz da lua fazia até desnecessário o uso de lanternas para se locomover.

Depois de caminhar um pouco, a mata ficou um pouco mais fechada, e começamos a ouvir barulho de pedras caindo no meio da mata. E não eram pedras pequenas... Pelo barulho, eram pedras bem grandinhas. Continuamos a andar. O barulho das pedras caindo ficou bem próximo de nós... parecia até que iam cair nas nossas cabeças. O mais estranho é que mesmo vendo os galhos quebrando, as folhas caindo e ouvindo o barulho, eu não via pedra nenhuma. E quando ficamos numa espécie de vale, onde os barrancos dos dois lados eram mais altos que a trilha, não ouvimos nenhuma pedra rolar.

Continuamos a andar. Crocodilo Dande a frente, paramos em alguns lugares para ver se acontecia alguma coisa. Nada. Andando, mais pedras. Particularmente me assustei com uma pedra que caiu logo atrás de mim. Quer dizer, o barulho e deslocamento de ar dela... Mas mesmo com lanterna não encontrei pedra alguma.

No final da trilha, ouvimos uma pedra gigante cair perto de uma árvore, e da árvore saiu um faixo de luz, que iluminou todos ali. Ficamos parados olhando. Ficou naquilo. Saímos da trilha.

No final, as pessoas perguntaram "E aí, teve contato? Ou só sonoplastia?". Ficou na "só sonoplastia". E dessa vez não eram os grilos intergaláticos.

Fiquei com aquilo na cabeça. Nos agrupamos em torno de uma fogueira, em outra parte da montanha, chamada "Marcas" (local onde há marcas circulares na pedra, que segundo os veteranos são marcas das sapatas das naves de quando o planeta foi colonizado. Blah²).

Marcas circulares no chão


Logo em seguida começaram a chegar os outros grupos. E todos, sem exceção, tiveram o contato.

Algumas pessoas chegavam comemorando, pulando de alegria. Algumas até chorando de felicidade. Dava para ver no rosto das pessoas a sensação de realização. Alguns grupos eram de várias pessoas, como o meu, outros grupos eram apenas casais. E todos chegavam com o brilho no olhar de felicidade.

Estranho.

No final da noite começaram a aparecer as caneplas pratas, que segundo os experientes significa que os seres estão de partida. Já não me espantava com luzes fazendo bizarrices no céu. Mas uma coisa me impressionou mais do que as pedras:

Após a passagem de todos na trilha, um ponto móvel apareceu no céu. Ele não andava em velocidade constante. Era uma luz mais forte do que a mais forte das estrelas no momento (mais forte que o planeta Vênus). As pessoas começaram a acenar, umas agradecendo, outras dizendo tchau. E nesse momento o ponto fez um flash de luz, na cor amarela, pegou velocidade e saiu do campo de visão.

(... Tem momentos na vida que só resta um comentário a ser feito: Blah.)

Fomos para o platô principal. Lá houve uma comoção geral. As pessoas se cumprimentavam, comemoravam, sorriam. Descemos para a sede. Hora de dormir.

Havia mais uma noite pela frente. E o festival de coisas estranhas só havia começado...

(Continua na parte 3)

Ufa, pensei que era um UFO (parte 1)...

Iow

Feriadão pela frente (11/06/2009), nada pra fazer... Quer saber? Vou ver ETs... o.0

É, não foi bem assim... A verdade é que tem um pessoal na empresa que trabalho que volta-e-meia vinham com papos de seres extra-terrestres, evolução mental, dimensões e planos de existência... Uou, uma viagem.

Eu sempre tive curiosidade sobre temas como evolução mental (vide, por exemplo, a discussão do mito dos 10%), como funciona a paranormalidade etc.. E a pergunta que até o mais cético se fez (ou faz ou fará) é se estamos sozinhos no universo.

Além disso, tenho mente aberta para conhecer toda e qualquer doutrina, religião, culto ou o que seja. Prefiro conhecer as coisas primeiro antes de tecer qualquer opinião.

Sendo assim, resolvi embarcar na viagem. Na pior das hipóteses eu não viria nada... Então não tenho nada a perder.

Subimos no carro e fomos até o interior de Mato Grosso do Sul, na cidade de Corguinho, na sede do Projeto Portal. Depois de 16 horas de viagem, chegamos ao destino.

A sede fica em uma fazenda, e para chegar lá é necessário passar por trocentas fazendas. É o isolamento do isolamento.

Chegamos na parte da tarde. O visual da natureza do local é fantástico:




Caiu a noite, e começaram os primeiros trabalhos. Junto comigo haviam mais umas 6 pessoas que eram 100% novatas. E antes de se começar qualquer coisa, é necessário fazer um certo "ritual de iniciação", que é tirar a simbologia.

O tal do tirar a simbologia nada mais é que alguém olhar a tua testa e escrever um monte de coisa bizarra em um papel. Pronto. Aquele é o símbolo que te define. Daí há várias pessoas que interpretam o papel.

Aqui entra um resumo do resumo do que eu entendi da história toda: A matéria nada mais é do que energia condensada. Tanto que ao se desfazer a matéria, produz-se energia (princípio da fissão nuclear). A questão toda é que (apertem os cintos, vai começar a viagem) a energia por si só pode ser consciente. Ou seja, haveria formas de vida que não dependem da matéria para serem conscientes e inteligentes.

Em cima desse conceito, formou-se todo um contexto para a história da Terra e dos seres humanos. Ou seres de luz (aqueles formados por energia), no passado longíquo, olharam para a Terra e pensaram "Pow, planetinha mó legal... Vamo dar um rolé por lá". E vieram. Mas para ficarem por aqui, era necessário se densificar, ou seja, virarem matéria. Beleza.

Os seres então deixaram uma galera aqui e vazaram para as suas estrelas de origem, prometendo voltar depois de um ziriguidão de anos. Passados os anos, ao voltarem, notaram que quem ficou perdeu as suas memórias de seres de luz, e estavam viciados na matéria, querendo tudo pra si (e portanto gerando os conflitos, intrigas etc.). Os seres olharam aquilo e falaram "Deu merda capitão...".

Então eles tentaram um plano B. Enviaram mais seres a Terra, mas com um backup: escreveram suas memórias em determinadas placas, para não deixarem eles sem saber (de novo) o que estavam fazendo ali. A missão era filtrar aqueles que poderiam voltar as estrelas, sem levar os apegos pela matéria desenvolvidos no planeta.

É aí que ós entramos. Somos esses seres que vieram resgatar a galera. E, como previsto, não temos a mínima recordação disso. E também não sabemos onde raios foram para as placas. Não sabemos de p... nenhuma.

Então, voltando ao começo da história: dada toda essa viagem, a simbologia mostra, entre outras coisas, os planetas, estrelas, galáxias, muquifos etc. que você passou antes de parar na Terra. O legal que tirei uma temporada de férias em Vênus. Devo ter achado lá muito quente e resolvi vim para a Terra.

Durante o processo de "simbologialização" eu notei que no grupo todo (pouco mais de 100 pessoas) havia uma certa hierarquia:

  1. A pessoa fodona que é a mestre de tudo por ali (no caso o tal do Urandir, que de tão inacessível só aprendi o nome no final da viagem),
  2. Os assistentes diretos da pessoa fodona (caracterizados por possuírem radinho de comunicação),
  3. Os compromissados (até então não tinha entendido o que significava isso),
  4. Os não-compromissados (idem),
  5. Os sem simbologia (aka. "menos que m.. nenhuma")
Depois de feita a simbologia, passamos para o patamar de não-compromissados. Emocionante.

Agora como "não-compromissados", fomos para o primeiro trabalho. Deveríamos ir para uma estrada no meio do nada, e ficar lá tentando ouvir uma música do meio do mato.

Então um dos assistentes perguntou em voz alta "Quem tem câmera fotográfica?". Gelei... Eu estava com uma câmera mocada dentro da blusa para registrar qualquer coisa bizarra, e estava com aquele preconceito de que tudo ali seria segredo. "É interessante que cada grupo tenha uma câmera para registrar qualquer coisa que aconteça. O grupo que não tiver câmeras me avise!". Fiquei surpreso... foi o contrário do que eu esperava. Legal.

Antes de partirmos, todos os compromissados (os do patamar acima) passaram por nós fazendo símbolos na nossa testa com a mão. Esse processo faz parte de uma tal de "ativação".

Ativados, fomos para a estrada. Ficamos vários minutos lá, tentando ouvir a tal música. Dentro do grupo havia uma pessoa mais experiente, responsável por guiar o grupo. No meu grupo havia o Crocodilo Dande:

Turma tentando ouvir alguma coisa na estrada

Quando perguntei pra ele se ele já havia lutado com um crocodilo, ele disse "Sim, mas eu na verdade prefiro defender as pessoas de onças, tigres, cobras etc.". Huuummm... Melhor é Melhoral.

Depois de muito tempo, só ouvimos grilos. Grilos? Será que eles são os seres extraterrestres, responsáveis pela salvação de toda a humanidade? Será que o conselho inter-grilático os enviou para nos monitorar e eleger os humanos escolhidos? Ou será que os grilos são seres malignos que vieram nos destruir?

Bom, ninguém ouviu nada na estrada, e fomos de volta para a sede da fazenda. Acho que os grilos não eram os seres. De qualquer maneira fiquei grilado.

Houve uma reunião para finalizar o trabalho, e cama.

Acordamos no outro dia para almoçar. O almoço, ao contrário do que acreditavam várias pessoas, não tinha nada de "alternativo" ou "natural-vegetariano". Era arroz, feijão, frango, carne, tomate, repolho... Tudo o que se come normalmente (aqui no Brasil).

Comidos (ui), assistimos a uma palestra sobre como o mundo iria acabar e o quão ferrados estamos. Achei bem brochante quando começou a se falar de religionismos: o católico é melhor que o protestante por causa disso e daquilo. Putz. Se tem uma coisa que eu não tolero é esse tipo coisa. Cada um acredita no que quer, e é no mínimo anti-ético tentar medir que crença é melhor que outra. Acredite no que quiser, sem desrespeitar o direito das outras pessoas de fazer o mesmo.

Depois da brochada, começamos a dar um rolé para conhecer melhor o ambiente.

Casas-iglu feitas para resistir fortes ventos


Imagem que resume muita coisa

Chegada a noite, subimos no platô (parte plana da montanha de onde dá para ter uma visão quase que completa da região e do céu) para começar os trabalhos.

Visão do platô durante o dia

E então algumas coisas começaram a ficar estranhas...

(Continua na parte 2)