RPG e o mundo dos games

Iow

O RPG é mais que um jogo: é um hobbie. Quem joga de verdade faz de tudo para estar sempre jogando, está sempre atualizado nesse mundo e quer sempre mais.

E os RPGistas sempre enfrentam alguns tabus quando citam o tal do RPG:

1. Sempre tem quem pergunta "mas o que é RPG?";
2. Sempre tem quem cita alguma notícia dizendo "ué, mas não jogando isso que não sei quantas pessoas morreram em não sei que lugar?";
3. Sempre tem quem diz que jogou ou joga, mas é só perguntar qualquer coisa específica e a pessoa faz cara de ponto de interrogação.

Bom, essas situações são clássicas pra quem joga RPG. Mas ultimamente, e principalmente para as gerações mais novas, apareceu mais uma:

"RPG? Sim!!! Eu jogo World of Warcaft" (ou qualquer outro MMORPG)

NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!! Quando é que distorceram os termos??? O RPG é um jogo de interpretação de personagens, e não sinônimo de jogo on-line com várias pessoas (outras distorções eu escrevi no post Só sei que em blog dá pra mandar imagem).

As pessoas precisam ser resgatadas ao conceito original de RPG. Dói saber que o conceito está sendo perdido. E dói mais ainda, como cito no post citado acima, perceber que o conceito distorcido está dominando o conceito original.

Esse fenômeno é facilmente percebido lendo a mais nova edição de Dungeons & Dragons, a quarta edição. Pra quem jogou as edições anteriores do jogo, percebe rapida e claramente o quanto a quarta edição parece um "joguinho de computador". Praticamente todas as habilidades dos personagens referentes à interpretação fora de combate foram retiradas. Cadê o "Detectar intenção maligna" do paladino? Onde foi parar a explicação do porquê que clérigos não utilizam armas cortantes? E o que dizer das escolas de magia, que simplesmente não existem mais?

Isso sem falar das ilustrações. Nas edições anteriores, mesmo que as ilustrações fossem mais toscas, elas eram bem mais realistas. Agora toda espada tem alguma luz mágica, toda armadura tem cravos enormes, todo escudo tem formas estranhas e desenhos psicodélicos...

Agora o D&D está, mais do que nunca, unicamente voltado ao combate. O livro do mestre ainda tenta deixar o jogo com a cara antiga, mas o livro do jogador detonou tudo. É triste, para quem interpreta de verdade, ver essa tendência tomando forma.

MMORPGs são muito legais e tudo mais. Eu inclusive jogo. Mas pra mim nada substitui o jogo presencial em torno de uma mesa, rolando os dados e fazendo uma voz diferente para interpretar outra raça. Tanto pra quem mestra quando pra quem joga, o RPG de mesa (sim, agora temos que especificar o RPG pra evitar confusões) é insuperável.

(Por essas e outras que eu ainda prefiro jogar a terceira edição de D&D...)

Té++

Missa católica: palestra inútil ou meio de salvação?

Iow

Nos últimos dias houve uma discussão no meu grupo de jovens sobre a presença ou não de uma missa católica dentro do Encontro que promovemos. E o que mais gerou polêmica não foi a presença da missa ou não, e sim o que a missa representa pra cada um.

Há quem diga que a missa é necessária para qualquer um que se diga Cristão. Outros chegam a dizer que é o único meio de se chegar a Deus, e portanto a única forma de se chegar a salvação. Do outro lado há quem diga que a missa é inútil, e os mais revoltados enxergam a missa somente como um instrumento de manipulação da igreja católica.

Esse post é justamente para discutirmos isso. A minha opinião é a seguinte:

Eu não sou católico. Fui batizado e fiz primeira comunhão, mas não me considero católico desde comecei a ter as primeiras aulas de história... História que mostra que a igreja católica nunca foi tão santa quanto deveria ser. Foi aí que percebi a diferença entre Deus e religião. E foi aí que resolvi abandonar o título de "católico não praticante" para simplesmente "não católico" (vide post Falando em Deus e Religião).

Isso não significa em hipótese alguma que eu sou anti-cristão, satanista ou qualquer coisa do gênero. Inclusive, há muitas pessoas que se dizem católicas, mas o perfil e as ações se parecem mais com as de um satanista.

Sendo assim, é natural que eu não veja com bons olhos a missa católica. Mas não é tão direto assim: como em outros aspectos, eu tenho a minha opinião, e quero que todos tenham uma opinião, não a minha. Ou seja, diferente de quem é radical, eu não não me importo com a religião de quem quer que seja: ateu, muçulmano, católico, protestante... Se você acredita em algo, pow, legal, continue seguindo o que você acredita, seja feliz. Só não tente me catequizar. Se você é gente fina, é isso que importa, não no que você acredita.

O que mais me irrita com relação a missa católica não é a missa em si, mas os, digamos, "infiéis" que participam dela só por participar, e depois vem querendo dar lição de moral em quem afirma sem medo que não participa da missa. E acredite, tem muita gente assim. Talvez até você, leitor. Quer fazer um teste?

No final de uma missa, pergunte-se:

• Quantas vezes e para o que você disse "Amém"? (Amém significa "que assim seja", ou seja, você diz "eu concordo")
• Do que o padre falou durante a missa? Qual a sua opinião? É "Amém" ou você discorda?
• Você foi a missa para participar da missa ou para encontrar com alguém para fazer alguma coisa depois?
• Você ficou olhando pro relógio toda hora pra saber quando iria acabar?

Não adianta entrar na igreja, falar uma meia dúzia de "améns" e ajoelhar por alguns minutos para alcaçar, digamos, a salvação. Você ter que ter consciência do que está fazendo. Você tem que ter opinião. Ir a missa só por ir, ou só porque te ensinaram que é assim que tem que fazer e pronto, te coloca no mesmo patamar de quem simplesmente não vai.

É por essas e outras que ao invés de ir a missa, que pra mim surte pouco efeito, eu prefiro dar bom dia (ou Iow!) para as pessoas, viver cada dia intensamente, cuidar das pessoas como pessoas e não como animais, ser ético e coerente, ter opinião... Pois não é a religião que vai me salvar, e sim eu mesmo.

E você? É, você aí atrás da tela! Vai a missa pra dizer que foi ou porque realmente acredita nela?

Té++