sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Treinamento para virar planta (parte 2)

Iow

(Se você não leu a primeira parte, eis o link)

Almocei com a galera do trabalho, e fui pra casa dar uma cochilada (coisas que só quem mora perto do trabalho pode fazer =P).

Cheguei e me joguei na cama. Isso era perto das 13 horas.

Cinco minutos depois, já era quase 14 horas. No que fui levantar senti o chamado da natureza. Para o vaso e avante!!!

Peguei impulso para ir para o banheiro, e me senti meio zonzo. Deve ser o sono. Cheguei no vaso e foi, literalmente, aquela merda...

"Ué, isso aqui não deveria ser, sei lá, mais duro?" - pergunta feita em duas ocasiões: quando o cara brocha e quando tem diarréia.

Esvai-me em água (fala sério, começar uma frase com "esvai-me" é muito chique). Mas que estranho... As reações à lactose nunca são tão drásticas assim... E dois dias depois da festa? Hum...

Fiz o que tinha que fazer, e voltei pra cama, dessa vez mais zonzo ainda. Fiquei um tempo lá, fazendo um cruzeiro na Hellmann's, até que a natureza me chamou de novo. E ela não estava afim de esperar não...

Voltei pro banheiro, e dá-lhe água. Comecei a ficar preocupado. E zonzo. E mais preocupado. E água. E mais preocupado. E blééééééééé!!!

Como se não bastasse a saída repentina por baixo, veio a saída repentina por cima. Que situação. E que situação do banheiro.

Entrei embaixo do chuveiro para me lavar, e então zonzeei de vez. Quando dei por mim, estava atirado no chão do banheiro. Voltei engatinhando pro quarto.

Não podia ser só a lactose. Era algo além. Uma super-lactose? Lactose transgênica? Lactose suína (transmitida pelo ar) ?

Foi então que resolvi ativar o conselho de segurança. Peguei o celular e liguei pra namorada... farmaceuticos devem ter um "fenilisoantimerdificol" para esse tipo de coisa.

Liguei e... ninguém atendeu. De novo... nada. E de novo... nada...

Fiz calo no dedo de apertar o "religar" no celular. Fui ao banheiro, liguei, voltei, liguei, fui de novo, liguei, caí de novo, liguei...

Fiquei mais de 40 minutos tentando, antes de desistir. O amor é lindo.

"Essa invenção vai ajudar toda a humanidade em todos os momentos... menos quando você estiver morrendo em casa e quiser falar com a sua namorada farmacêutica..." - Graham Bell, inventor do telefone.

Quando fiz aquela "essa vai ser a última", ela atendeu. Chegou a tocar "Alehuia" no quarto.

Enquanto ela não vinha, eu tentava reunir força pra me levantar e ir até a cozinha, tomar alguma coisa. Mesmo completamente zonzo eu tinha a noção de que estava desidratado, depois de tantas ida e vindas do banheiro.

Mas quando eu pensava em reunir força, a força ia pro abdomen, e da-lhe vaso. Blah.

Até que ela chegou. E infelizmente ela não tinha o milagroso "fenilisoantimerdificol". O jeito era improvisar.

A primeira providênia foi verificar a temperatura. E eu estava caliente, hot-hot-hot: quase 39 graus. Solução: bora ligar para a Unimed.

Conversa vai, conversa vem, e a frase padrão foi proferida "o seu plano não cobre ambulância". Na verdade 80% das frases ditas ao se ligar para um plano de saúde começam com "o seu plano não cobre...". Então fomos invocar o poder dos impostos que pagamos: ligamos para o SAMU.

E no SAMU ouvimos a frase padrão de repartição pública: "não podemos fazer isso nesse momento". Pelo menos uma médica (ou assim espero) atendeu e passou umas orientações. Tomei remédio para conter o vômito e baixar a temperatura.

Horas depois...

Estava eu lá com ânsia de vômito e 39 graus de temperatura. Mais igual que isso, só uma kombi cheia de japoneses.

Já que nem o meu plano de saúde nem os meus impostos me salvaram, fomos atrás de quem pudesse nos ajudar. E para minha sorte, o ex-síndico do condomínio atendeu o telefone, e se prontificou para me levar até o NAS (o mesmo lugar que diagnosticou a minha pneumonia como uma simples virose. Essa história é contada aqui.).

Chegando lá, hora de esperar na fila. Quanto mais eu uso o plano de saúde, mais me convenço de que ele não serve pra nada.

Depois da fila para cadastro, hora da fila para esperar o médico chamar. Bom, não estava fazendo nada mesmo, estava ali só de bobeira, então vamos esperar né?

Assim que fui atendido, fui direto pro soro, numa sala com uma televisão passando novela das 8.

Novela - "Oh Luciana... E agora o que faremos??? Você se acidentou... Oh..."

Eu - "Liga pro SAMU, haaaaaa!!!" - humor negro

Depois do soro, fiquei até mais corado. E não foi brozeado: eu estava realmente desidratado. Não imaginava que pudesse sair tanta água do corpo. E por baixo.

Peguei a lista de recomendações, boas práticas e remédios para tomar, além do atestado médico:

Médico - "Qual sua profissão?"
Eu - "Garoto de programa. Computeiro. Especializado em Swing."
Médico - "Como?"
Eu - "Analista de sistemas"
Médico - "Você vai ficar mal por 5 dias no mínimo. Leva esse atestado"

E o atestado de 2 dias. Hum. Vai ver que pra ele analista de sistemas é o cara que fica o dia todo jogando paciência no computador.

Passado os 2 dias do atestado, entre muitas idas e vindas ao banheiro...

Acordei meio zonzo, mas tinha que trabalhar... Afinal o atestado era só para 2 dias, e o relógio ponto é implacável. Vamo que vamo.

Peguei meu Gatorade (que repõe sais minerais perdidos no suor... e na caganeira) e fui para a empresa. Cheguei, sentei na cadeira, levantei, e sentei no vaso. Nem deu tempo de escrever um só linha de código e tiver que correr pro banheiro. Blah.

Voltei, e nova tentativa. Comecei a pensar na lógica, no fluxo do código, na hierarquia das classes... letrinhaaaaaas... dãããããã...

Fiquei zonzo. E além de zonzo, tive que ir pro banheiro de novo. Na volta, mal consegui ficar com a cabeça em pé olhando pro monitor. Eta fraqueza.

Não dava. Apesar de que pro relógio ponto eu estava trabalhando, na prática eu estava completamente improdutivo. E ainda tendo que me deslocar mais para chegar até o banheiro (o que aumenta significantemente a chance de um "acidente de percurso").

Esperei dar meio dia para descer com o povo que ia almoçar, e fui pra casa. De volta para o treinamento para virar planta: só no vaso.

Fiquei um tempo fazendo fotossíntese no quarto, até que fui até a cozinha procurar mais Gatorade para me reidratar. E cadê? Acabou...

O jeito é apelar pro tradicional soro caseiro. Mas como é que se faz mesmo? Uma colher de sal, uma de açúcar, um copo dágua...?

Acessei o primeiro site sobre soro caseiro e da-lhe... Só não me atentei que a receita era para um litro de água, e não para um copo.... E tomei aquele treco. Argh!!! Que coisa ruim!!!

O dia passou, e eu de molho. Pelo menos deu para assistir os animes da semana ;-).

Dia seguinte...

Acordei um pouco mais disposto, mas meu raciocínio ainda estava confuso. Fora que as idas ao banheiro ainda não tinham normalizado (apesar de terem diminuído sensivelmente). Resolvi ficar em casa e escrever esse post. O relógio ponto que me desculpe, mas só semana que vem.

De toda essa história, não ficou claro exatamente o que eu tive. As suposições são as seguintes:
  1. Comi algo no casamento que me fez mal: ninguém mais teve esse problema, e além disso a reação ocorreu só 2 dias depois;
  2. Comi algo na viagem que me fez mal: não como nada quando estou em viagem. Já aprendi da pior maneira que comida de parada de ônibus não presta (fiz a viagem toda no acento 45);
  3. O almoço que fiz logo antes de passar mal tinha algo estragado: ninguém que comeu comigo no mesmo restaurante apresentou qualquer efeito colateral;
  4. O stress da viagem + lutador de Muay Thai bichona + lactose no casamento + alguma coisa (pequena) no almoço + relógio ponto = passar mal. Pode ser;
  5. Reação alérgica a casamentos: é a teoria mais provável.
Só sei que se o seu filho dizer "eu quero uma infecção intestinal de natal!", não dê: o estado do seu banheiro depois não vale o preço.

Té++

4 comentários:

lisi.info disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu mereçoooooo... auhauhauhua....
Cara, essa história tá mal contada, acho que o lutador estava no ônibus qdo vc voltou e era uma bichonaaa...
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ô guri premiado pra ter piti... auhuahauha...

Diego Laucsen da Rosa disse...

Eu falei pro italizano que temperar alface com caramujos não era uma boa, mas ele não me ouvir.
Vai teimar com Italizano pra vc ver!
:P

Unknown disse...

AIAIAIAI, FALA sério cara o lutador pegou vc de jeito no onibus e lhe disse:

olha veio gostei dessa sua bunda vou te comer.... e ficou dilatado cara!!!

e sobre o casamento a comida estava boa!!ate entaum aki em apuka ninguem passou mal!!

Penso q foi a bebida q vc tomou dos mexicanos

resultado= vc vomitou a bebida que lhe deixou bebado e cagou a comida q o lutador lhe dilatou

abraços

Kenji disse...

Que merda, hein?
No duplo sentido.
Te avisei que tinha queijo na mesa de frios.
Acho que se você tivesse tomado uns goles, o álcool matava as bactérias e os vírus que te infectou.
Melhoras ae.