quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Uma aventura norte-americana (parte 1)

Iow

Começo a história com essa advertência: cuidado com o que você deseja.

(Hein? Não entendi...) Calma, eu já explico...

Tudo começou quando eu olhei pra minha rotina e falei "putz, mas que saco...". Acho que todo mundo um dia fala isso. Foi aí que pensei "bem que eu podia dar uma agitada... sei lá, conhecer outros lugares".

E logo depois teve uma reunião na empresa que trabalho, onde todos os setores falam sobre o que vão fazer ou estão fazendo, incluindo a diretoria. E então foi comentado que haveria uma feira internacional de radiologia, em Chicago, que os diretores participariam (a RSNA). Então eu perguntei "tem como ir junto?". Risadas.

Depois, na sala dos diretores, perguntei mais diretamente: "Tá, se eu bancar tudo e me virar com papelada, tem como ir junto?" Daí a resposta foi diferente. Mas chamei pra mim um desafio que não sei porque raios cargas d'água eu resolvi chamar. Viagem internacional? Pow, minha maior viagem na vida tinha sido ir pro Paraguai... E a primeira vez que voei foi pra São Paulo, nesse ano (no Google Developer Day)... Onde eu tava com a cabeça?

Mas fui atrás da papelada. Fiz o passaporte na polícia federal (mó legal o sistema deles, finalmente tive orgulho dos impostos que pago), e comecei a procurar sobre o visto americano.

Tudo levava a crer que não daria tempo. A entrevista pro visto estava superlotada (na época o dólar estava perto de R$1,70, bem diferente dos R$2,50 de hoje em dia), e ainda tinha que se considerar o tempo de envio do mesmo pra minha casa e coisa e tal. Mas vamo que vamo. Se não desse nesse ano, pelo menos no outro daria de certeza.

Havia outro problema: a entrada na feira seria beeeem salgada: mais de 600 dólares. Pow, pra pagar tudo isso só pra entrar não valia a pena.

Mas beleza. Aproveitei que a empresa estava verificando a questão de vistos e viagens para os diretores, e embarquei nos rolos junto. Resultado: marcada a entrevista pro visto no Rio de Janeiro, numa data bem interessante. Isso pra mim e pro Sérgio Francês, outro empolgado pra viagens sem noção, que também estava interessado em ir.

Então marcamos a viagem pro Rio. Fomos de busão (santas 16 horas de viagem), pra voltar de avião.

Bate-e-volta no Rio de Janeiro? Que nada. Chegar na cidade maravilhosa sem fazer um tour é até um pecado. Fizemos o roteiro tradicional de turista: corcovado, cristo redentor, ipanema, copacabana, maracanã (Flamengo 0 x 3 Atlético Mineiro)...





Além disso pulei de asa delta (depois de de um bom desconto conseguido pelo Francês, que salta de parapente e conhece os caras de lá). E a coisa mais bizarra da viagem foi entrar no meio de uma parada gay em copacabana. Aff... De Florinanópolis para o Rio pra cair numa decadência daquelas. Quem tava empolgado era o Francês, que insistiu em ir lá ver. Eu hein.



Eis que chegou o dia da temida entrevista para o visto norte-americano. Depois de enfrentar literalmente 8 filas (tinha até fila pra entrar na fila), finalmente fui atendido. Com ar de ironia, o cara (com sotaque gringo) perguntou "Não entendi essa... O que um desenvolvedor de software vai fazer numa feira de radiologia?"... Blah... Tive que explicar todo o conceito de PACS, o que eu desenvolvo na empresa, porque é importante visitar a feira, blablabla... Resumindo, ele olhou com cara de que "tá bom fio, só tava vendo se tu gaguejava" e aprovou o meu visto.

De volta para Floripa, de volta para a rotina. Depois do trauma de ver uma parada gay (e ainda com um cara empolgado do meu lado, argh), nada melhor que umas linhas de código, uns requisitos impossíveis e uns clientes mimados. O de sempre.

Dei uma desanimada sobre a viagem pros EUA devido ao valor da entrada e da passagem. Era muita coisa. E eu já tinho gasto bastante no Rio, tanto devido ao visto (que tem tudo quanto é taxa) quanto ao turismo feito por lá. O French Guy também ficou meio desanimado.

Eis então que o Marco (sim, temos um Marco na empresa) me chamou pra ir com ele e um grupo de amigos pra Flórida, visitar os parques e fazer compras por lá. Ele já estava com a viagem em planos há tempos, e também tinha passado pelo stress do visto e coisa e tal. Pow, massa!!! Eles iriam 1 semana antes do que seria a feira em Chicago, e voltariam 1 dia antes do início da feira. Como eu já estava achando que não iria pra feira mesmo, boa, vamos pra Flórida!!!

E daí começou a peregrinação atrás de documentação, passagens, seguro etc.. E, quando eu menos esperava , surgiu a confirmação de que eu não precisaria pagar a entrada pra feira, pois uma empresa de lá (a TeraRecon) emitiu convites extras pra mim e pro Sérgio (os diretores já estavam convidados). Putz!!! E agora, será que rola ir pra Chicago?

Depois de um paitrocínio e um maetrocínio (eis uma das poucas vantagens em ter pais separados), decidi. Iria pra Flórida e depois pra Chicago. 15 dias em território estrangeiro. É hora de treinar o inglês: "Oh my f***ing God!!!"

(continua na parte 2)

Um comentário:

Sérgio Campos disse...

ih velho, não foram 16h até o rio, foram 18...